terça-feira, 11 de setembro de 2012
Piso dos professores
O piso salarial
dos professores da rede pública continua no foco do debate, mesmo com a
aprovação da lei (Lei nº 11.738 de 2008) que em 2008 definiu a base de
cálculo do piso para todo o Brasil.
Na última
semana, os governadores de Mato Grosso do Sul, Goiás, Piauí, Rio Grande
do Sul, Roraima e Santa Catarina impetraram uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal, questionando o
critério de reajuste do piso nacional do magistério. Eles alegam que um
critério geral retira dos gestores o controle sobre o orçamento, ferindo
a autonomia de estados e municípios.
A Lei do Piso
determina um valor mínimo que deve ser pago aos professores da rede
pública com formação de nível médio e carga horária de 40 horas
semanais. O piso deve ser reajustado anualmente tendo como critério o
crescimento do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica,
o Fundeb. Entre 2011 e 2012, o índice foi de 22% e o valor do piso
passou de R$ 1.187 para R$ 1.451.
A deputada
Professora Dorinha Seabra Rezende, do Democratas do Tocantins, integra
um grupo de trabalho na Câmara que está avaliando a base de cálculo do
piso. Ela reconhece que alguns estados podem ter mais dificuldades em
pagar o reajuste, mas criticou a ação do Supremo.
"A situação da
carreira docente é grave, ela precisa ser resolvida. Não é com uma ADIN,
ignorando a necessidade de valorizar a carreira docente que nós vamos
resolver o problema, A gente não quer fazer vistas grossas a situação de
estados e municípios, sabe que alguns têm mais dificuldades que outros,
mas não é impedindo o professor do seu direito que nós vamos conseguir
resolver um problema que é preciso enfrentar de maneira madura e não
negando o direito ao professor."
A parlamentar
avalia que essa situação poderia ser resolvida se a União transferisse
mais dinheiro para a educação nos estados. Hoje, a União não pode
repassar recursos para pagamento de pessoal. Dorinha Seabra Resende
apresentou projeto de lei (PL3941/12) para alterar a Lei do Piso e
permitir essa ajuda.
Na Câmara,
também está em análise um projeto de lei de autoria do Executivo (PL
3776/08), que muda o índice de reajuste do piso para o Índice Nacional
de Preços ao Consumidor (INPC). Esse índice cobre a inflação, mas não
garante ganho real ao salário dos professores. A professora Dorinha
Seabra Resende explica que o grupo de trabalho está buscando uma
alternativa que contemple as dificuldades dos estados e valorize o
magistério.
"Lógico que
seria o ideal se a gente conseguisse ter uma ajuda suficiente da União.
Nós vamos tentar fazer essa discussão para encontrar alternativas que
não sejam nem só o INPC e nem seja a proposta como está hoje porque
realmente ela não corresponde. Provavelmente no próximo esforço
concentrado nós teremos como apresentar algumas sugestões."
A previsão é que o próximo esforço concentrado na Câmara aconteça na próxima semana.
De Brasília, Daniele Lessa
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