STF decide que município não pode ter terceirizado na saúde
RIO - Os 9.500 profissionais da área de saúde terceirizados e que
trabalham em clínicas da família, UPAs e hospitais municipais, poderão ter que
deixar seus postos em breve. Na última quarta-feira, a Segunda Turma do Supremo
Tribunal Federal (STF) negou, por unanimidade, um recurso do município contra
ação movida pelo Sindicato dos Médicos que exige o fim da terceirização na
saúde. A prefeitura já havia sido derrotada outras duas vezes.
A Segunda Turma acompanhou o voto de Cezar Peluso, dado em agosto,
antes de o ministro se aposentar. Ele concordou com decisão anterior, que dizia
que "os cargos inerentes aos serviços de saúde, prestados dentro de órgãos
públicos, por ter a característica de permanência e de caráter previsível,
devem ser atribuídos a servidores admitidos por concurso público".
O presidente do Sindicato dos Médicos, Jorge Darze, comemorou
ontem a decisão. Segundo ele, é um absurdo que a administração municipal, em
vez de contratar médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem, prefira fazer
contratos temporários.
- A prefeitura vai ter que repensar toda a sua lógica de
contratações. A decisão do STF não impede que as Organizações Sociais continuem
gerindo Clínicas de Família,PSFs e UPAs. Mas elas terão que ter nos locais médicos e
outros profissionais aprovados através de concurso público. Não poderão ter
funcionários terceirizados .
Segundo ele, o município tem atualmente 25 mil profissionais da
área de saúde concursados e cerca de 9.500 terceirizados.
- É urgente que a Secretaria municipal de Saúde faça logo um
concurso público. Os médicos terceirizados devem poder permanecer por mais seis
meses, até que a situação toda seja regularizada .
Por Maria Elisa Alves (elisa@oglobo.com.br)
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